Os americanos continuam consumindo muita carne, preparando carne bovina e frango em casa pelo menos quatro noites por semana. Porém, reduzir o consumo de carne é uma das melhores formas de diminuir o impacto ambiental dos nossos alimentos — o chamado “foodprint”. Embora adotar uma dieta vegetariana seja uma opção, para muitas pessoas essa escolha pode parecer extrema ou difícil de manter.
Mas você conhece outras formas de reduzir o consumo de carne, como as dietas reducetariana, demitariana e flexitariana? Qualquer uma dessas opções pode ajudar você a diminuir a quantidade de carne que consome, respeitando seu próprio ritmo, sem precisar abandonar a carne de vez.
O que é a dieta reducetariana?
Se você está começando a reduzir a proteína animal no seu prato, a dieta reducetariana pode ser uma boa porta de entrada.
O termo foi criado por Brian Kateman, fundador do movimento, para abrir espaço para quem prefere “ir no seu próprio ritmo, em vez de mergulhar de cabeça no mundo vegetal”. Na dieta reducetariana, “o importante é tentar”, ou seja, não há restrições rígidas nem morais — apenas pequenas mudanças positivas na alimentação.
“Qualquer pessoa que faça pequenas mudanças positivas na dieta é um reducetariano, e isso é algo para comemorar”, diz Kateman.
Como o ritmo é pessoal, o impacto ambiental varia, mas escolhas frequentes como substituir um hambúrguer bovino por um de soja ou ervilha podem reduzir em até 87% o uso de água, 96% o uso de terra e 89% as emissões de gases de efeito estufa.
O que é a dieta demitariana?
Se você já busca regularmente alternativas à base de plantas, talvez já seja um demitariano, mesmo sem saber.
Demitarianos fazem um esforço consciente para reduzir o consumo de carne por motivos ambientais. Um relatório recente da ONU define o termo como a prática de cortar pela metade o consumo de carne e laticínios. Segundo o estudo, se os europeus reduzissem pela metade esses alimentos, as emissões nocivas da agricultura do continente cairiam entre 25% e 40%.
Entre as carnes mais impactantes está a carne bovina, que produz cerca de 59 kg de CO2 equivalente por quilo, mais que o dobro da pegada de cordeiro, ovinos e até laticínios, o que também faz do queijo um vilão ambiental.
Carnes como camarão cultivado, peixes e aves têm pegadas de carbono menores, mas ainda relevantes. Uma pesquisa do Reino Unido de 2014 mostrou que a pegada de carbono de uma dieta vegetariana típica é cerca da metade da de uma dieta com muito consumo de carne. Portanto, para quem escolhe reduzir principalmente as carnes mais intensivas em carbono, a dieta demitariana pode cortar cerca de 25% da pegada de carbono da alimentação.
Boas opções de proteínas vegetais incluem tempeh, grão-de-bico e, surpreendentemente, o amendoim — um alimento pequeno, poderoso e amigo do clima.
O que é a dieta flexitariana?
O flexitariano é uma pessoa que segue basicamente uma dieta vegetariana ou vegana, mas consome carne, peixe e laticínios ocasionalmente. A ideia é ser “flexível”, com exceções para necessidades culturais, de saúde ou eventos especiais.
Se compararmos com o conceito do “Segunda-feira sem carne”, o flexitariano faz o oposto: come proteína animal só uma vez por semana, por exemplo. Essa dieta é ideal para quem quer se tornar vegetariano, mas prefere uma transição gradual para evitar desistir no meio do caminho.
Enquanto vegetarianos podem reduzir suas emissões de CO2 entre 3% e 30%, os flexitarianos obtêm uma redução um pouco menor, mas ainda maior que a dieta demitariana ou reducetariana.
Vale lembrar que laticínios, especialmente queijos, também são intensivos em carbono devido à criação das vacas leiteiras. Quanto maior a flexibilidade, maior a variação no impacto.
Atualmente, até 30% dos americanos seguem algum tipo de dieta flexitariana, incluindo várias celebridades que se identificam com esse estilo. Para quem prefere algo mais simples, vale se inspirar naquelas pessoas que se consideram “vegetarianas não perfeitas” — que na prática são flexitarianas.
Não existe uma única forma certa de reduzir seu foodprint
Seja flexitariano, demitariano, reducetariano ou algo entre esses estilos, todos estão ajudando a “combater a crise climática por meio da mudança alimentar”, como diz a Earth Day Network.
Não é obrigatório escolher um rótulo, mas identificar seu estilo pode ajudar a estabelecer metas claras para consumir menos carne — sem culpa.
Escolha o caminho que você consegue seguir com conforto. Comece com opções fáceis como “Segunda-feira sem carne” (ou café e almoço sem carne), aproveite o crescente mercado de carnes vegetais e receitas veganas e encontre seu jeito de ter uma dieta mais sustentável.
E para ganhar pontos extras, prefira alimentos de produtores locais — assim você reduz o impacto do transporte na pegada de carbono do seu prato.
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Conheça o Autor

Sou Grayce Noronha, idealizadora e desenvolvedora do Ciclo do Bem, um projeto criado durante minha graduação em Ciências da Computação na Universidade Positivo. Nosso propósito é promover saúde, sustentabilidade e bem-estar, conectando tecnologia e educação como ferramentas de transformação social. O projeto faz parte da Atividade de Extensão – Integração de Competências para Transformar o Eu, e busca inspirar ações práticas que contribuam para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), fortalecendo comunidades e construindo um futuro mais equilibrado para todos.
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